Muitas vezes nos deparamos com uma situação na qual não conhecemos a identificação do eletrodo com o qual iremos soldar. Isso acontece, por exemplo, quando a etiqueta da embalagem foi danificada ou quando simplesmente se desconhece a nomenclatura utilizada. Por isso, daremos algumas dicas sobre qual eletrodo é ideal para cada aplicação.
Em geral, um eletrodo em condições normais trará uma identificação em seu revestimento, na extremidade próxima à ponta. Esta identificação deverá ser composta de uma letra e quatro números. A sigla pertence, em geral, à norma americana de soldagem AWS (American Welding Society, ou Associação Americana de Soldagem).
Com relação à identificação da norma AWS 5.1 para eletrodos revestidos para aço carbono, podemos observar que a letra E (imagem ao lado) indica que se trata de um eletrodo revestido; os dois números seguintes nos dão o limite de resistência, medido em psi. Nas versões métricas da norma AWS, identificadas como M, as unidades de medidas se baseiam no sistema internacional, no qual, por exemplo, o limite de resistência se mede em MPa (1 MPa = 0,102 Kg/mm2). Em nosso caso, utilizando o exemplo de um eletrodo classificado como E6013, este corresponde a uma resistência mínima à tração de 60.000 psi (cerca de 42Kg / mm2 ou 415 MPa).
O terceiro número indica a posição de soldagem. Esta nos permite trabalhar na posição desejada, dependendo da aplicação a ser realizada.
Para o nosso caso, na classificação E 6013, o número 1 nos indica que podemos soldar em todas as posições.
Se tivéssemos um número 2, a posição de soldagem seria apenas a posição plana e vertical. Já se a posição de soldagem tivesse sido 4, todas as posições seriam possíveis, incluindo a vertical descendente. A figura 2 mostra s possíveis classificações.
O quarto número é muito importante na hora de conhecer o eletrodo revestido. Este permite saber, entre outras coisas:
• A corrente com a qual soldar e a polaridade a ser utilizada, no caso em que é necessário definir. A corrente pode ser contínua ou alternada. No caso de corrente contínua, existem duas possíveis polaridades: positiva ou negativa.
• O tipo de escória depositada na soldagem. Esta pode ser celulósica, rutílica e básica.
• O tipo de arco que se produz na soldagem: forte, fraco ou médio.
• A penetração sobre o metal base, que pode ser pouca, média ou profunda.
• A quantidade de pó de ferro. Esta pode chegar a 50%.
A tabela 1 mostra as características correspondentes para cada designação do último dígito:
Último Dígito
|
0
|
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
6
|
7
|
8
|
Corrente/
Polaridade
|
CC
(+)
|
CA/CC
(+)
|
CA/CC
(-)
|
CA/CC
(+/-)
|
CA/CC
(+/-)
|
CC
(+)
|
CA/CC
(+)
|
CA/CC
(-)
|
CA/CC
(+)
|
Escória
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Celulósica
|
Celulósica
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Rutílica
|
Rutílica
|
Rutílica
|
Básica
|
Básica
|
Mineral
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Básica
|
Arco
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Forte
|
Forte
|
Médio
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Fraco
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Fraco
|
Médio
|
Médio
|
Fraco
|
Médio
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Penetração
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Profunda
|
Profunda
|
Média
|
Pouca
|
Pouca
|
Média
|
Média
|
Média
|
Média
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Pó de Fe
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0 - 10%
|
---
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0 - 10%
|
0 - 10%
|
30 - 50%
|
---
|
---
|
50%
|
30 - 50%
|
Além da classificação descrita, a norma AWS permite, principalmente para eletrodos de revestimento básico, utilizar uma classificação opcional.
Esses eletrodos utilizam uma sigla que é acrescentada à classificação básica da norma AWS. Elas são R e HZ, sendo R = Eletrodo resistente à umidade. Em uma condição ambiente de temperatura equivalente a 26,7ºC, umidade relativa do ar de 80%, para uma exposição de 9 horas à umidade, o nível de absorção deve ser inferior a 0,4%. Exemplo: E7018R.
A segunda classificação adicional (HZ) se refere ao nível de hidrogênio do eletrodo, sendo que a letra Z equivale ao nível de hidrogênio (16, 8, 4 ml (H2) / 100g de metal depositado). Exemplo E7018H4
A continuação, na tabela 2, mostra as classificações opcionais em relação à quantidade de hidrogênio.
Classificação AWS | Designação Hidrogênio Dusível | Conteúdo médio de Hidrogênio Difusível H2 ml/100g |
E7015 | H16 / H8 / H4 | 16, 8, 4 |
E7016 | H16 / H8 / H4 | 16, 8, 4 |
E7018 | H16 / H8 / H4 | 16, 8, 4 |
E7028 | H16 / H8 / H4 | 16, 8, 4 |
E7048 | H16 / H8 / H4 | 16, 8, 4 |
Estes são apenas alguns exemplos que podemos encontrar na indústria. Para mais informações, recomendamos consultar a norma AWS 5.1 ou entrar em contato com o Departamento de Assistência Técnica ESAB.
Há outra maneira simples para calcular a corrente de soldagem em função do diâmetro do eletrodo, além da norma AWS: calcular 30A de corrente de soldagem para cada milímetro de diâmetro.
Vale lembrar que este será um valor aproximado de corrente, que poderá aumentar ou diminuir de acordo com a aplicação. Finalmente, a tabela 3 mostra uma relação entre corrente e diâmetro do eletrodo.
Classificação AWS | |||||||
Diâmetro (mm) | Corrente de Soldagem (A) | ||||||
EXX10 EXX11 E XX10-XX | E XX12 | E XX13 | E XX14 | E XX24 | E XX15 E XX16 | E XX18 E XX18-XX | |
1,60 | -- | 25-40 | 30-50 | -- | -- | -- | -- |
2,00 | -- | 40-65 | 40-65 | -- | -- | -- | 45-70 |
2,50 | 55-75 | 60-85 | 60-85 | 60-90 | 80-120 | 65-90 | 70-90 |
3,25 | 90-130 | 100-130 | 100-130 | 100-140 | 180-225 | 100-130 | 100-140 |
4,00 | 130-160 | 140-180 | 140-180 | 140-180 | 270-320 | 130-170 | 130-190 |
5,00 | 160-200 | 200-250 | 200-250 | 200-250 | 300-340 | 180-230 | 180-250 |
6,00 | 180-220 | 280-350 | 170-350 | 230-300 | 320-360 | 230-300 | 230-310 |
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