sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Transdutores Lineares, como funcionam ...

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Sensores de posicionamento inteligentes, absolutos e sem desgaste mecânico: alta precisão, elevada durabilidade e baixo custo. Entenda como funciona esta tecnologia e conheça suas principais características.

Eng. Henrique Cardellahenrique.cardella@mtsbrasil.com.brMTS Temposonics Brasil

Transdutores Lineares de Posição Magnetostritivos funcionam através do princípio físico de mesmo nome, chamado Magnetostrição. Este princípio permite aos transdutores de posição alta durabilidade, resistência e precisão, pois não existe qualquer tipo de contato físico, ou seja, não há qualquer tipo de desgaste mecânico.

Funcionamento
Tudo se inicia em um componente interno chamado Guia de Onda. Este componente é responsável pela detecção de um posicionador magnético que se movimenta próximo ao transdutor.
Quando o sensor é ligado, um sistema eletrônico gera periodicamente pulsos elétricos que são emitidos diretamente no Guia de Onda. Estes pulsos são chamados de pulsos de início ou pulsos de start.
Existe uma propriedade física que determina que todo condutor elétrico, quando energizado, gera ao redor de si mesmo um campo eletromagnético. Esta característica pode ser observada em transformadores e motores elétricos – equipamentos que utilizam este princípio como base de seu funcionamento.
Assim, quando o Guia de Onda recebe o pulso de start, este mesmo pulso induz ao redor do próprio Guia de Onda um campo eletromagnético de baixa amplitude. Quando há a proximidade de um ímã – também chamado posicionador magnético – ocorre uma interferência entre o campo eletromagnético do Guia de Onda e o campo magnético do posicionador. Esta interferência é responsável por gerar no próprio Guia de Onda uma deformação mecânica (princípio físico da Magnetostrição- veja o box).

Magnetostrição (ou Magnetoestrição): é a deformação elástica de um material ferromagnético quando seu estado magnético é alterado”.

Esta deformação mecânica inicia-se no ponto onde está localizado o magneto e tende a se deslocar por toda a extensão do Guia de Onda, em uma velocidade ultrassônica de valor conhecido. Para facilitar o entendimento, imagine uma barra de alumínio de 6m de comprimento. Em uma de suas extremidades é realizado um movimento de torção, girando a barra em seu próprio eixo. Instantaneamente, a outra extremidade permanece parada. É necessário um período de tempo que, embora curto, permite que a deformação mecânica (no caso a torção) percorra todo o comprimento da barra.
Esta mesma situação acontece dentro do transdutor, onde a deformação mecânica causada pelo princípio da Magnetostrição gera uma torção física que se propaga em toda a extensão do próprio Guia de Onda. Em uma das extremidades do Guia, existe um componente sensor que detecta esta torção e converte em um outro pulso elétrico, agora chamado de pulso de parada, ou pulso de stop.
Observe a representação deste componente e dos campos magnéticos na figura 1.

F1. Princípio de funcionamento do Transdutor.
Assim, o sensor gera um pulso elétrico diretamente no Guia de Onda, que por sua vez, gera um campo eletromagnético ao redor de si mesmo. Quando há a presença do magneto (posicionador), ocorre uma interferência entre os campos que geram no Guia de Onda uma torção mecânica.
Esta torção inicia-se no ponto onde está o magneto e tende a se propagar em ambas as direções do transdutor. Esta propagação tem uma velocidade ultrassônica e leva certo tempo até chegar à Bobina Sensora, e gera um novo pulso elétrico chamado de Pulso de Stop.
Caso o magneto esteja próximo a esta Bobina Sensora, o tempo de percurso da torção mecânica é curto, pois possui um percurso menor para correr. Caso o magneto esteja longe da Bobina Sensora, obviamente é necessário um tempo maior de propagação desta torção mecânica.
Uma placa eletrônica dentro do sensor gerencia e analisa estes dois pulsos elétricos: o Pulso de Start e o Pulso de Stop, calculando o tempo entre os dois. Esta diferença de tempo dependerá da posição do magneto, e indicará sua posição com alta precisão e excelente linearidade.
Todo este processo ocorre em um tempo muito curto, menor que um milissegundo, pois a velocidade de propagação da deformação mecânica no Guia de Onda é elevada – aproximadamente 3 km em apenas 1 segundo. Assim, o transdutor atualiza a saída elétrica no mínimo 1000 vezes por segundo.

Sinais de Saída
Para que possa se comunicar com sistemas de controle comerciais como CLP (PLC) ou controladores similares, o sensor converte o sinal Start-Stop proveniente do sistema do Guia de Onda em um sinal de protocolo comum, podendo ser analógico de tensão, analógico de corrente, serial ou protocolo de rede:
  • Analógicos de tensão (0...+10 Vdc, +10...0 Vdc, +10...-10 Vdc, -10...+10 Vdc, 0...5 Vdc, 0,5...4,5 Vdc);
  • Analógicos de corrente (4...20 mA, 20...4 mA, 0...20 mA, 20...0 mA, HART);
  • Serial (Síncrona ou Assíncrona, código Gray ou código Binário, resolução de 0,1 mm a 0,0005 mm);
  • Start-stop;
  • PWM;
  • CANbus (CanOpen, Canbasic, SAE J1939);
  • DeviceNet;
  • Profibus-DP;
  • EtherCAT;
  • EtherNet/IP;
  • Powerlink V2;
  • Modbus;
  • DDA;
  • Foundation Fieldbus.

Cerca de 80% a 90% das aplicações utilizam sinais analógicos, sejam de tensão ou de corrente. Isto se deve basicamente a dois fatores: custo e facilidade de comunicação. O sensor com saída analógica possui um custo baixo e pode ser facilmente conectado a CLPs comerciais atuais.

Aplicações
Uma das aplicações mais comuns para um transdutor linear de posição é para controle de movimentação de cilindros hidráulicos. Neste caso, o transdutor é instalado internamente ao cilindro e um anel magnético instalado no êmbolo (figura 2).

F2. Transdutor instalado em um cilindro para controle de avanço.

Fica fácil entender que conforme há o avanço do êmbolo do cilindro, o magneto em anel acompanha o movimento e permite ao transdutor identificar facilmente o posicionamento.
Embora seja uma aplicação clássica, é necessário observar alguns detalhes, como a usinagem do êmbolo, a redução do esforço máximo suportado pelo cilindro e a necessidade de conexões elétricas.
Este tipo de solução permite o controle em malha fechada de sistemas automatizados, também chamados de controle PID.
Sensores desta tecnologia são utilizados em usinas hidrelétricas, moendas e difusores de cana de açúcar, máquinas agrícolas, máquinas para construção civil, laminadores em siderurgias, máquinas de sopro e injeção de plástico, injetoras e extrusoras de alumínio, controle de nível de tanques, fechamento e abertura de comportas, posicionamento de facas em máquinas de papel, avanço de ferramentas em tornos, além de diversas outras aplicações.

Formato
Para facilitar a instalação nas mais diversas aplicações, existem diversos formatos construtivos dos transdutores. Podemos citar basicamente três grandes grupos de formatos mecânicos:

Formato de Perfil
Este tipo de formato facilita a instalação de forma externa, através de suportes próprios, sendo largamente utilizado em máquinas como injetoras, extrusoras, sopradoras, moendas, difusores, prensas, etc.
Possui a vantagem de ser mais econômico, pois não necessita suportar altas pressões como as pressões hidráulicas de um cilindro.
O magneto posicionador pode ser fixado de forma a acompanhar o perfil do transdutor, garantido sua posição sempre em cima do mesmo. Este tipo de magneto recebe uma rótula responsável por permitir liberdade de movimento. Este magneto também pode ser instalado em conjunto com um braço extensor mecânico.

Formato de Haste
Este formato possui basicamente duas aplicações principais: para controle de avanço de cilindros hidráulicos e para controle de nível de líquidos.
Para controle de avanço de cilindros hidráulicos necessita ser instalado de forma interna a cilindros hidráulicos ou pneumáticos, como mostrado na foto anterior.
Existem algumas variações neste formato, permitindo a instalação com a cabeça eletrônica de controle na parte externa (facilitando uma possível troca) ou interna (onde existe limitação de espaço).
Algumas variações deste tipo de sensor podem ser facilmente encontradas, como modelos com hastes separadas da eletrônica – para temperaturas de trabalho para até 180°C, hastes flexíveis, sensores com grau de proteção IP69K e construção em aço inox – para aplicações em indústrias alimentícias e sensores com sistema de programação.
A aplicação em controle de nível utiliza uma ou mais boias com ímãs embutidos.
Neste caso, a boia flutua na superfície do líquido e o sensor detecta sua posição em uma instalação vertical. A principal vantagem deste tipo de sensor fica na obtenção exata do volume de tanques com até 22 m de altura, ignorando possíveis espumas. Seu funcionamento não é afetado por névoa ou partículas em suspensão, o que também é uma vantagem. Este tipo de contaminação pode gerar um erro de leitura em outras tecnologias.
Ainda existe a possibilidade de uso de uma boia adicional, para detecção da interface entre líquidos de densidade diferentes, como por exemplo água e óleo. Observe a figura 3.

F3. Aplicação em medição de nível.

Neste caso, além das duas boias que são identificadas pelo Guia de Onda, há ainda a existência de vários sensores de temperatura. Estes sensores são importantes para a correção do erro de leitura de volume, causado pela variação de temperatura entre o topo do tanque (normalmente mais quente, devido à incidência do Sol) e o fundo (mais frio devido à temperatura da terra embaixo).
Vários tipos de materiais de revestimento são utilizados para que o sensor ou as boias não sejam agredidos por componentes químicos que estejam estocados nos tanques. Não é raro encontrar sensores revestidos com Teflon®, por exemplo.
Outra característica interessante é a utilização de sensores com hastes flexíveis, o que facilita a instalação de sensores com comprimentos grandes. Formatos com flanges sanitárias ou indicadores acoplados complementam este tipo de sensor para utilização nas mais diversas aplicações.
Esta tecnologia não pode ser utilizada para detecção de nível de sólidos ou líquidos pastosos, pois a boia pode “enroscar” na haste e indicar uma posição errada ao sensor.
Deve-se utilizar o bom senso. Certa vez um cliente necessitava detectar o nível de chocolate líquido. Teoricamente o sensor funcionaria, porém quando o chocolate baixasse seu nível, a haste ficaria “lambuzada” e este chocolate presente na haste se solidificaria, impedindo o livre movimento da boia. Obviamente o sensor não iria funcionar e foi necessário adotar outra tecnologia de sensoriamento.

Formato com Haste Interna
Este formato assemelha-se ao desenho de um cilindro pneumático. O transdutor é instalado dentro de um perfil e o magneto posicionador é movimentado através da atuação de uma haste.
Sua principal vantagem está na facilidade de instalação, substituindo facilmente produtos com princípio de resistências variáveis, como as réguas potenciométricas.
Quando instalado utilizando duas rótulas, permite um controle de posicionamento e distância entre duas partes móveis das máquinas ou ainda de um movimento angular (figura 4).

F4. Formato com haste interna – facilidade de instalação

Conclusão
Existem ainda diversos tipos de transdutores com versões e formatos especiais, dedicados a aplicações seriadas ou com alto grau de complexidade.
Para a escolha do modelo dos sensores, a primeira etapa é identificar qual o melhor formato físico atende a necessidade de aplicação. A partir deste ponto define-se o comprimento útil, o tipo de alimentação e o sinal de saída. Por fim escolhe-se entre os conectores disponíveis e comprimentos de cabo.
Neste processo, profissionais das indústrias fabricantes podem auxiliar para que não hajam erros ou custos elevados na aquisição deste tipo de produto.
Como este produto não possui desgaste físico, sua vida útil deve se prolongar por diversos anos, dependendo da aplicação. Caso esteja encontrando dificuldades e trocas constantes, consulte um técnico de sua confiança ou solicite auxílio da engenharia dos fabricantes. Pode ser que o modelo utilizado não seja o mais indicado.

Fonte: Mecatrônica Atual.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Princípio de funcionamento de motores de combustão interna ...

O motor a combustão interna ciclo Otto é uma máquina que trabalha com os princípios da termodinâmica e com os conceitos de compressão e expansão de fluidos gasosos para gerar força e movimento rotativo. Criado e patenteado por Nikolaus August Otto, por volta do ano de 1866, este motor funciona com um ciclo de quatro tempos e os mesmos princípios até os dias atuais.
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[Imagem: Copyright Serious Wheels]
Esta máquina geradora de força motriz vem evoluindo gradativamente com o avanço da tecnologia e novos estudos aplicados a materiais e combustíveis com o objetivo de deixá-lo com uma eficiência energética maior. Em outras matérias vimos que o motor é composto de vários componentes e estudamos sua função e aplicação no motor, agora é o momento de juntarmos todas as peças e fazer o motor funcionar entendendo o princípio de funcionamento.
O motor de combustão interna é uma máquina que absorve ou admite o ar da atmosfera, o combustível do tanque, une estes dois elementos formando a mistura proporcional de ar mais combustível o mais ideal possível e comprime a mesma em um local denominado câmara de combustão. Depois que esta mistura está comprimida pelo pistão na câmara de combustão o sistema de ignição, sincronizado com o motor, gera uma centelha elétrica nas velas que estão rosqueadas dentro da câmara inflamando a mistura, gerando uma explosão e conseqüentemente um deslocamento de massa empurrando o pistão para baixo e gerando força, torque e movimento rotativo. Quando este processo ocorre é finalizado com a expulsão dos gases queimados para fora do motor. Na verdade o que acabamos de ver foi o princípio de funcionamento do motor com o ciclo de quatro tempos, mas agora, vamos ver este processo mais detalhado analisando as ilustrações com os quatro tempos bem definidos e verificando o funcionamento ligando ao estudo aos componentes do motor.
1° tempo do motor, admissão; vamos entender que neste momento o motor está desligado pronto para receber o movimento inicial do motor de partida que está acoplado ao motor a combustão. Neste mesmo momento vamos colocar o pistão que está ligado à biela e posteriormente ao virabrequim em uma posição na qual conhecemos como P.M.S., ponto morto superior, é o curso máximo que o pistão alcança ao subir dentro do cilindro. Temos que entender também que o eixo virabrequim está ligado e sincronizado com o eixo comando de válvulas através de uma correia dentada, então dizemos, que a parte de baixo do motor que corresponde as peças que estejam dentro do bloco como virabrequim, bielas e pistões estão sincronizados com a parte de cima do motor que corresponde ao cabeçote e suas peças. Neste momento vamos ligar o motor de arranque que se acopla ao volante do motor que também está ligado ao virabrequim e o motor de combustão interna começa a girar. O virabrequim girando começa a movimentar a biela e conseqüentemente o pistão que está no P.M.S. e desce para o P.M.I., ponto morto inferior, que é o curso máximo que o pistão alcança ao descer dentro do cilindro. Como o virabrequim está ligado ao comando de válvulas, este por sua vez começa a acionar, através do “came”, a válvula de admissão no cabeçote permitindo a passagem de ar e combustível vindos do coletor de admissão passando pelos dutos internos do cabeçote. Desta maneira o pistão que está descendo cria uma sucção e aspira o ar mais combustível para o interior do cilindro até que o pistão chegue ao P.M.I. completando o 1° tempo e 180° graus, meia volta do motor.
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2° tempo do motor, compressão; quando o pistão inverte o sentido de movimento começa a subir do P.M.I. em direção ao P.M.S. dando início ao segundo tempo do motor. A medida que o virabrequim vai girando empurrando a biela e conseqüentemente o pistão para a parte superior do cilindro, a mistura de ar mais combustível vai sendo comprimida no interior do cilindro e o comando de válvula que antes tinha o seu ressalto ou “came” pressionando a válvula à descer agora passa por ela e mola de válvula retorna a mesma vedando a parte interna do cilindro. Devemos observar que existe uma determinada folga dimensional entre cilindro e pistão para que o mesmo possa deslizar dentro do cilindro, porém, a mistura não pode escapar por esta folga entrando em cena a atuação dos anéis de segmento que vedam esta passagem. Quando o pistão chega ao seu curso máximo, P.M.S., a mistura está toda comprimida sem ter por onde escapar, pois as válvulas estão fechadas e os anéis vedando, então todo o volume aspirado no tempo anterior agora está pressurizado na câmara de combustão finalizando o segundo tempo e completando uma volta completa do virabrequim 360°.
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3° tempo do motor, Explosão; agora com o fim do segundo tempo o pistão não tem outra saída a não ser de inverter novamente o sentido de movimento do P.M.S. para o P.M.I., só que agora contando com uma força extra. A mistura comprimida na câmara de combustão recebe uma centelha ou faísca da vela, ocorre um deslocamento de massa devido à explosão dentro da câmara, o pistão é forçado a descer empurrado pela expansão dos gases, com isso, o pistão se desloca do P.M.S. para o P.M.I., mantendo ainda as válvulas do cabeçote fechadas, já que o comando de válvulas não está com nenhum ressalto tocando as válvulas. Na verdade, o terceiro tempo do motor é considerado o principal tempo porque é neste tempo que o motor gera força motriz e torque que será transmitido as rodas por meio de rotação. Quando o pistão chega ao ponto morto inferior P.M.I. encerra-se o terceiro tempo do motor e o virabrequim completa uma volta e meia 540°.
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4° tempo do motor, escape; o motor admitiu a mistura no primeiro tempo, comprimiu e explodiu no segundo e terceiro tempo, agora é a vez de colocar os gases resultantes da queima para fora do motor. Neste caso, temos o pistão no fim do terceiro tempo na posição P.M.I., pronto para iniciar o quarto tempo. O comando de válvulas está sincronizado com o virabrequim e o seu ressalto começa a tocar a válvula de escape e o pistão começa a subir empurrando a mistura queimada em direção dos dutos do cabeçote e coletor de escape. Quando o pistão alcança o P.M.S. os gases que se encontravam dentro do cilindro foram expulsos para fora limpando o cilindro, o comando de válvulas encerra sua ação sobre a válvula de escape. Neste momento se encerra o quarto tempo com o motor completando duas voltas 720°. Temos agora um ciclo completo do motor quatro tempos ciclo Otto e enquanto o motor estiver ligado e funcionando este ciclo se repete todas às vezes. No final do quarto tempo do motor o pistão se encontra em P.M.S., exatamente pronto para se iniciar o primeiro tempo novamente quando o mesmo se deslocará para o P.M.I. com o ressalto ou “came” do comando abrindo a válvula de admissão, e assim por diante, dando continuidade a todos os tempos do motor de combustão interna ciclo Otto.
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Abaixo você verá as características construtivas de um motor de combustão interna e seu princípio de funcionamento!


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Acrílico ou Policarbonato, qual a melhor aplicação?


Quem nunca enfrentou aquele dilema na hora de trocar ou elaborar um projeto com termoplásticos?
Muitos com certeza já se perguntaram, qual o mais resistente? qual o mais barato? qual seu custo-benefício?

Então vamos explanar um pouco mais sobre dois materiais mais utilizados na indústria o PMMA e o PC .... Não entendeu nada!

Então vem comigo neste matéria ...


ACRÍLICO OU PMMA (POLIMETIL-METACRILATO)

CARACTERÍSTICAS

O acrílico pode ser considerado um dos polímeros (plástico) mais modernos e com maiores qualidades do mercado. Além de ser 100% reciclável, apresentar brilho, transparência e beleza comparáveis à do vidro, o acrílico é mais leve e durável.

Tais características, fazem do acrílico um instrumento de decoração visado por designers, decoradores, publicitários e também pessoas modernas, que exigem qualidade e são preocupadas com produtos sintéticos biodegradáveis.
Especificações Técnicas
•    Ecologia: 100% reciclável, ecologicamente correto;
•    Brilho: Superfície lisa comparável à do vidro;
•    Luminosidade / Visibilidade: Placas com excelente luminosidade, ideais para letreiros;
•    Distribuição de luz / Translucidez: Índice de luz de 95%, o mais alto dentre os materiais sintéticos. Superior ao do vidro (84%);
•    Durabilidade: Não apresenta mudanças de cor e brilho, mesmo exposto à intempéries;
•    Versatilidade: Podem ser dobrados, moldados, termoformados tridimensionalmente, pintados, serigrafados, etc;
•    Segurança: Mais resistente que o vidro e de igual espessura, não se estilhaça e é isolante elétrico;
•    A queima do acrílico é similar à madeira dura, porém sem emitir fumaça;
•    Leveza: Mais leve que o vidro, suas estruturas terão um peso menor;
•    Opções de cores: Além de variada gama de cores opacas, pode-se obter tons perolados, transparentes, translúcidos e fluorescentes;
•    Variedade de espessuras e texturas: Espessuras a partir de 2 mm e diversas texturas: satinados, anti-reflexivos e texturas decorativas;
•    Custo de limpeza: Baixo, devido à sua superfície lisa e não-aderente;
•    Imagem tridimensional (forma e curva): Podem ser trabalhados para publicidade de marcas e logotipos, além de bolhas como domos, etc;
•    Custo de energia elétrica na iluminação: Baixo, devido seu excelente índice de luminosidade;
•    Contato com alimentos: É não-aderente a quase que a totalidade dos produtos alimentícios e substâncias como gorduras, conservas, temperos, etc. Proporcionando excelentes peças para self-services.


APLICAÇÃO
Por ser considerado um material de fácil utilização, o acrílico pode adotar as mais variadas formas e modelos, tendendo a substituir outros materiais com múltiplas aplicações, entre elas estão:

•    Identificações comerciais e industriais (fachadas, displays e outras peças de comunicação);

•    Sinalizações urbanas, de segurança e de serviços;

•    Arquitetura e decoração de interiores;

•    Transporte urbano, rodoviário, ferroviário, náutico e aéreo;
•    Acessórios de banho (box e peças para banheiros);
•    Acessórios decorativos, artigos para escritório, aquários, estantes, brindes, presentes e troféus;
•    Peças industriais;
•    Acessórios de automóveis, de motos e para informática.
Por esta grande aplicabilidade, o acrílico abre cada vez mais espaço para a criatividade, sendo a melhor opção para os profissionais que buscam um material de alta resistência, durabilidade e design moderno e arrojado.





POLICARBONATO DE BISFENOL A ou PC

Os policarbonatos são um tipo particular de poliéster, polímeros de cadeia longa, formados por grupos funcionais unidos por grupos carbonato (-O-(C=O)-O-). São moldáveis quando aquecidos, sendo por isso chamados termoplásticos. Como tal, estes plásticos são muito usados atualmente na moderna manufatura industrial e no design.
O tipo de policarbonato mais utilizado é baseado no bisfenol A. Por vezes o termo policarbonato é utilizado como sinônimo deste polímero particular (policarbonato de bisfenol A).
CARACTERÍSTICAS
Policarbonato tem como principal característica altíssima resistência ao impacto (250 vezes mais resistente que o vidro e 30 a 40 vezes mais resistente que o acrílico), e grande resistência química; pode ser moldado a frio já que trata-se de um material flexível. É um material leve (50% mais leve que o vidro), com grande resistência a altas e baixas temperaturas (de -30ºC a 120ºC), permite curvatura a frio (100 vezes a espessura da chapa), não propaga chama (auto-extinguível). Possui a característica de manutenção das suas propriedades mecânicas mesmo quando submetido a elevadas temperaturas.
Policarbonato pode ser adquirido com tratamento em um dos lados da chapa contra o ataque dos raios ultravioleta (garantindo de 10 anos contra o amarelamento quando utilizado dentro de suas especificações) ou com uma proteção que aumenta a resistência a riscos e abrasão, prolongando sua vida útil. Garante uma ótima transmissão de luz (praticamente idêntica ao vidro) favorecendo o aproveitamento da luz natural e maior economia de energia.
APLICAÇÕES
Suas aplicabilidades estão relacionadas com a manutenção da segurança sendo empregado na proteção e enclausuramento de máquinas, confecção de coberturas, divisórias, pára-choques, pára-brisas e tetos de veículos de automação industrial, Clarabóias, Domus, Fechamentos Laterais, Passarelas, blindagens, Sheds etc.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O que são purgadores e quais seus tipos?



Quando estamos cozinhando algo e retiramos a tampa da panela, percebemos a presença de diversas gotículas de água na parte de baixo dessa tampa. Como elas se formaram ali? Bom, essas gotas de água são produto da condensação do vapor da água que está em ebulição, condensação é a transição do estado gasoso para o estado líquido e ocorre quando é retirada uma quantidade de calor suficiente para isso ou quando aumentamos a pressão desse gás.

       Em muitos sistemas a formação desse condensado é indesejável, e esse líquido precisa ser retirado do ambiente onde só deveria ter vapor ou gás. Como exemplos práticos nos navios temos os cilindros de ar comprimido, que devido a alta pressão acaba liquefazendo o vapor de água do ar e as caldeiras, que produzem vapor de água para algumas funções a bordo. Para retirar o condensado desses sistemas, fazemos uso de purgadores.


O que são purgadores?

       Purgadores são válvulas automáticas cuja finalidade é a retirada de condensado de um espaço confinadosem permitir a saída de vapor ou gás. Esses purgadores ficam conectados aos vasos de pressão ou ao ambiente em que devem atuar pela parte mais baixa, de forma que o condensado possa sair mais facilmente. Os purgadores podem ser classificados em três categorias:


  • Purgadores Mecânicos: Esses agem baseados na diferença de densidade entre as fases e podem ser do tipo purgador de bóiapurgador de panela invertida ou purgador de panela aberta.
  • Purgadores Termostáticos: Agem por diferença de temperatura e podem ser do tipo purgador de expansão bimetálicapurgador de expansão líquida e purgador de expansão balanceada.
  • Purgadores Especiais: Pode ser do tipo purgador termodinâmico ou purgador de impulso.

Purgador de Bóia

       Esse purgador não permite a saída de vapor e é muito empregado para reter o vapor na saída de aparelhos de aquecimento. Pode ter uma saída de condensado constante.

       
Purgador de Bóia
Imagem retirada do site http://www.tlv.com
       Esse purgador faz o uso da densidade do condensado para abrir a sua válvula de saída. O condensado entra no purgador pelo lado esquerdo da imagem acima ( IN ), cai no interior de sua carcaça levantando a bóia, essa bóia por sua vez abre a válvula de saída de condensado. Uma vez aberta a válvula, a pressão do vapor ou gás que está dentro do cilindro expulsa o condensado pela válvula.



Purgador de Panela Invertida

       Esse tipo de purgador é utilizado para drenagem de vapor em qualquer temperatura ou pressão. A saída de condensado não é contínua.



Purgador de Panela Invertida
Imagem retirada do site http://www.tlv.com

       Na ilustração acima podemos perceber a presença de uma espécie de "balde invertido" dentro da carcaça do purgador, ao flutuar no condensado esse balde fecha a válvula encontrada logo acima, ao descer a válvula abre. O fluxo de condensado segue o sentido indicado pelas setas pretas. 
       Para iniciar seu fucionamento, o purgador deve estar cheio de condensado (escorvado), assim o balde estará no fundo e a válvula acima estará aberta. Quando o vapor entra pelo espaço indicado pela seta da esquerda, é lançado dentro do balde expulsando o condensado pela válvula, com uma boa quantidade de vapor no balde ele flutua e fecha a válvula, aos poucos o vapor passa por um orifício na parte superior do balde e permanece na carcaça até saturar e virar condensado, começando novamente o ciclo descrito.




Purgador de Expansão Bimetálica
       
       Esse tipo de purgador baseia-se na expansão e contração de lâminas metálicas provocados pelas variações de temperatura.


Purgador Bimetálico
Imagem retirada do link http://dc127.4shared.com/doc/iL5TqEZH/preview.html

       Quanto maior a temperatura, maior a separação das lâminas metálicas e menor a abertura da válvula que fica ao centro do purgador. Ora, quanto menor a temperatura, maior a quantidade de condensado e maior a abertura da válvula para a saída desse condensado. Esse purgador estará sempre com um nível de condensado acima do orifício de passagem, quando contrário haveria a perca de vapor.
       

Purgador Termidinâmico "Tipo Disco"

       Esse purgador funciona com a variação de pressão acima e abaixo de um disco que controla a abertura da saída de condensado.


Purgador tipo Disco
Imagem retirada do site: http://www.tlv.com

       Quanto maior a pressão na entrada de condensado maior a abertura da válvula que ocorre com a flutuação do disco. Quanto maior a pressão, maior a quantidade de condensado e maior a abertura da válvula para a saída do condensado. Note que essa válvula tem um funcionamento semelhante a válvula de expansão bimetálica, porém trabalha com a diferença de pressão e não com a diferença de temperatura.



Purgador de Impulso


Purgador de Impulso
Imagem retirada do site: http://www.tlv.com

       Esse purgador tem um ajuste de rosca pelo qual podemos controlar o curso da válvula localizada no centro do purgador, quanto maior o curso da válvula, maior será o fluxo de vapor através do purgador. O aumento de pressão no interior do purgador levanta a peça móvel (pistão) rapidamente aliviando essa pressão com a saída do condensado, ao baixar novamente a pressão começa a aumentar iniciando novamente o ciclo e expulsando o condensado em impulsos intermitentes.



terça-feira, 20 de outubro de 2015

Análise de Falhas em Rolamentos



Caros amigos!

Você já reparou na imagem aí ao lado?

Esta muitas vezes é uma cena comum quando se trata de falha de rolamentos; e muitas vezes dada a condição da avaria torna-se muito difícil analisar as causa de uma falha, porém não é impossível!

Sabe-se que quando manuseados corretamente, os rolamentos geralmente podem ser usados por um longo período antes de atingirem os primeiros sinais de fadiga. Se danos ocorrerem prematuramente, o problema pode ter sido causado por seleção incorreta do rolamento, manuseio ou lubrificação. Nesses casos, verifique o tipo de equipamento onde o rolamento é utilizado, o local onde foi montado, condições do serviço, condições da estrutura. Através da investigação é possível supor as causas do tipo de dano e condições no momento em que a falha ocorreu, e é possível prevenir sua reincidência.

Dada a relevância deste assunto em se tratando de manutenção; separei para vocês leitores dois manuais bastante interativos sobre como analisar a causa da falha em um rolamento.

Desta forma ficará mais fácil analisar os pedaços que normalmente nos sobram em mãos afim de determinar a natureza da falha, segue os links abaixo dos catálogos NTN e NSK




Boa leitura!




O que é um queimador industrial e como funciona ...


Um equipamento muito importante em muitos tipos de indústrias é o queimador. Esse tipo de produto pode ser usado em caldeiras, estufas, fornos industriais, para secagem de grãos na indústria agrícola, enfim, qualquer atividade que necessite de fornecimento de altas temperaturas. Um queimador industrial poderá apresentar diferentes tamanhos e especificações, de acordo com o uso requerido. Alguns exemplos dessas máquinas são o queimador monobloco, utilizado em operações de água quente, caldeiras, geradores de ar quente; queimador duo-bloco, que apresenta maior capacidade. O fornecimento dessas máquinas é medido em Kcal por hora. O funcionamento do queimador industrial é relativamente simples. Esse aparelho tem a função de queimar combustíveis (gás ou óleo diesel, mais frequentemente), emitindo a menor quantidade de poluentes possível. O tipo de queimador, no entanto, é o que determina o seu processo detalhado de funcionamento. No processo mais comum, o queimador lança o combustível através de uma tubeira a uma alta pressão em uma câmara de combustão, resultando em um vapor de pequenas partículas de combustível que podem queimar com muita eficiência. O gás ou o óleo é então aceso por uma faísca dentro da câmara e essa faísca é geralmente produzida por um plug elétrico. Depois isso, o ar é fornecido por um ventilador motorizado, que proporciona a quantidade de ar necessária para permitir que o combustível queime com a máxima eficiência possível, reduzindo a produção de Monóxido de Carbono e Óxido de Nitrogênio. O calor resultante é, em seguida, utilizado no processo de manufatura – isso poderá ser para aquecer produtos químicos até uma temperatura necessária ou para aquecer a água e gerar vapor. O vapor pode ser utilizado diretamente no processo industrial ou para proporcionar a energia cinética para mover pistões ou girar uma turbina. Os tipos mais modernos de queimador industrial são muito eficientes, podendo gerar energia útil com grande economia e reduzindo as emissões danosas à atmosfera. Isso é extremamente importante visto que os governos e os clientes em todo o mundo exigem maior responsabilidade ambiental e social das empresas. A venda de um queimador industrial é uma parte importante da cadeia de fornecimento para muitas empresas manufatureiras, visto que essa máquina é parte de diferentes equipamentos. Há, dessa forma, muitas empresas especializadas que fabricam e vendem os queimadores para outras empresas, permitindo que estas ofereçam um serviço total aos clientes (instalação e manutenção regular das máquinas). Outras empresas, entretanto, não apenas fabricam produtos padronizados, mas também recebem pedidos de criação e adaptação de queimadores. Diferentes atividades podem requerer diferentes especificações, e essas empresas de engenharia oferecem a criação de novos produtos para atender as necessidades de produção dos clientes.

Veja abaixo um vídeo explicativo da Power Flame sobre queimadores!


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

As lixas e suas aplicações

lixa é um papel com material de superfície abrasiva composta geralmente por minerais, frequentemente utilizado para polir madeira, metais, entre outros.
Sua granulação varia de 16 a 3000, que se refere ao número de grãos de areia por centímetro quadrado. Quanto maior a granulação, mais fina ela é.
As lixas mais finas são normalmente utilizadas para polimento. Uma lixa 200, por exemplo, é mais indicada para paredes e madeira.

Numeração


Granulação da lixaEspecificação/Utilização
20Extremamente grossa, com grande capacidade de desbaste.
36Extremamente grossa, com grande capacidade de desbastes para madeiras e outros maleáveis.
60Grossa.
80/100Grossa, utilizada em remoção de oxidações de metais e para áreas com pinturas de difícil remoção
120/180Média - De utilização em geral
220/240Média, recomendada para madeiras
320Fina, a primeira lixa nos acabamentos mais finos
400Fina, recomendada para lustrar
600/1200Muito fina, lustre e polimento
>1600Extremamente fina - Lustre de jóias