No deslocamento de duas peças entre si ocorre atrito, mesmo que as superfícies dessas peças estejam bem polidas, pois elas sempre apresentam pequenas saliências ou reentrâncias. O atrito causa vários problemas: aumento da temperatura, desgaste das superfícies, corrosão, liberação de partículas e, conseqüentemente, formação de sujeiras.
Para evitar esses problemas usam-se o lubrificantes que reduzem o atrito e formam uma superfície que conduz calor, protege a máquina da ferrugem e aumenta a vida útil das peças.
Todos os fluidos são, de certa forma, lubrificantes, porém, enquadram-se melhor nessa classificação as substâncias que possuem as seguintes características:
· capacidade de manter separadas as superfícies durante o movimento;
· estabilidade nas mudanças de temperatura e não atacar as superfícies metálicas;
· capacidade de manter limpas as superfícies lubrificadas.
O atrito pode ser classificado em três grupos: limite, misto e fluido.
Atrito limite - A espessura do lubrificante é muito fina e menor que a altura da parte áspera das peças.
Atrito misto - A espessura do lubrificante é mais consistente que no caso anterior, permanece inferior à aspereza superficial, não impedindo um contato intermitente entre as superfícies metálicas.
Atrito fluido - Nesse caso, a espessura de lubrificante é superior à altura da aspereza superficial: uma película de lubrificante separa completamente as superfícies metálicas. Obtém-se, então, a lubrificação hidrodinâmica em que a resistência ao movimento depende da viscosidade do lubrificante.
Tipos de lubrificantes
Os lubrificantes podem ser líquidos (óleos), pastosos (graxas) ou sólidos (grafita, parafina etc.).
Podem ser de origem orgânica (animal ou vegetal) e de origem mineral (produtos extraídos do petróleo).
Na lubrificação de máquinas, utilizam-se principalmente óleos e graxas minerais. Em casos especiais, são usados outros lubrificantes, como os óleos e graxas de origem orgânica, misturas de óleos minerais com orgânicos, óleos sintéticos e lubrificantes grafíticos. Em bombas e laminadores, lubrifica-se, também, com água.
Óleos minerais - São baratos e oxidam pouco. São obtidos principalmente do petróleo e, em menor escala, do carvão, de pedra lignita e do xisto betuminoso. Os óleos minerais podem ser classificados como segue:
Segundo a fabricação:
· produtos de destilação, óleos obtidos do óleo cru com destilação;
· produtos refinados, que são os destilados submetidos à purificação química e física, ou que receberam outro tratamento posterior;
· óleos residuais, formados pelos resíduos da destilação.
Segundo a viscosidade (mais utilizada):
· baixa fluidez - óleo para fusos;
· média fluidez-óleo para máquinas;
· fluidez grossa-óleo para câmbios.
Segundo outras propriedades, como:
· propriedade lubrificante; comportamento a frio, a quente e em pressões elevadas; resistência ao calor, ao oxigênio, à água, aos metais.
Segundo a aplicação:
· óleos de caixas de engrenagens, óleos para turbinas e corte.
Graxas minerais - Quando comparadas aos óleos minerais, distinguem-se pela maior consistência plástica. Normalmente, as graxas são compostas à base de sódio ou de potássio. No entanto, conhecem-se também, graxas minerais puras, como a vaselina.
As graxas minerais podem ser classificadas como segue:
Segundo a aplicação:
· graxas para máquinas, veículos, rolamentos e mancais em trabalho a quente.
Segundo as propriedades como:
· comportamento térmico, resistência ao envelhecimento, consistência (baixa ou alta), resistência a pressões, à água e à cor.
Óleos orgânicos - São óleos como de oliva, de rícino, de sebo. Possuem elevada capacidade de lubrificação; no entanto, são caros e envelhecem rapidamente (tornam-se resinosos e espessos). Por isso, são usados somente em casos especiais.
Misturas de óleos minerais e orgânicos - Essas misturas são utilizadas com vantagem nos cilindros a vapor e nos eixos dos cilindros laminadores devido à sua capacidade emulsora na água.
Além disso, são usadas nos casos em que se necessita de uma elevada capacidade de lubrificação (óleo para alta pressão), como em redutores de parafusos sem-fim e em engrenagens cônicas rebaixadas.
Lubrificantes sintéticos - Esses lubrificantes suportam as mais diversas condições de serviço. São
chamados sintéticos porque resultam de síntese química.
Classificam-se em cinco grupos: ésteres de ácidos dibásicos, de organofosfatos e de silicones; silicones e compostos de ésteres de poliglicol.
Lubrificantes grafíticos - Nesses lubrificantes utiliza-se grafita nas superfícies de deslizamento, tornando-as mais absorventes, lisas e resistentes ao engripamento. Dessa forma, encurta-se o tempo de amaciamento.
A grafita é também usada como aditivo de óleo ou graxa.
Existe, ainda, a lubrificação a seco com grafita, no caso de movimentos lentos ou de temperaturas elevadas de até 300ºC.
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